quarta-feira, 18 de junho de 2008


Quantas de nós apregoam convictas, que nunca seriam vítimas de violência por parte do parceiro? Quase todas, sem excepção! Então quem são as mulheres que preenchem as estatísticas da violência doméstica em Portugal? Apenas aquelas com a 4ª classe e sem recursos económicos/culturais que lhes permitam "escapar", preferindo silenciar a dor?
Não acredito, aliás tenho a mais plena noção de que esta premissa não é verdadeira!
Sendo as causas mais frequentes por detrás da agressão o ciúme, a possessividade e o álcool, acredito que seja um fenómeno transversal de toda a sociedade.
A agressão, para consubstanciar violência, não terá de ser física, e todas nós já fomos vítimas ou conhecemos alguem muito perto que tenha sido, daquela violênica que não "mata mas mói", nos destrói aos pouquinhos, mas que ainda é admissível porque não deixa marcas.
Existem homens que por insegurança, trauma, eu sei lá o quê, não conseguem ter a seu lado uma mulher segura, convicta, que chame as atenções para si em detrimento dele -enfim as mulheres do seculo XXI! E então começa o jogo, subtil, a crítica do que vestes, do que dizes, à forma como sorris. E daí á violação efectiva daquilo que somos vai um passo.
Mas se observarmos bem, senão estivermos sempre com a "foice e o martelo" em punho, anunciando ao mundo a nossa impossivel subjugação, existirão ao nosso lado muitas vítimas de violência, aguardando alguém que não as faça sentir mais envergonhadas e humilhadas do que já estão, alguém disposto a ouvir, sem julgar.
...simplesmente porque o término da relação que permite estes abusos, tem de vir de dentro, com a assunção de que merecemos melhor, de que somos mais.

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