“Quem sai do seu país como eu e você, tem de adaptar-se a muitas coisas novas, incluíndo a lingua.
Eu tive de aprender que aeromoça é hospedeira, açougue é talho e trem é comboio. E torcida é uma claque, e pindolim é matraquilhos”
O anúncio da CGD, na voz de Scolari diz tudo sobre a minha singela opinião acerca do tão falado acordo ortográfico, ainda que o mesmo se aplique apenas à grafia.
Quero escrever português de Portugal! Não sou fundamentalista e acredito na evolução linguística, caso contrário ainda estaríamos a escrever pharmacia, o argumento é que não me convence...
Sinceramente não acredito que o português se torne numa língua com maior expressão à conta deste acordo, julgo que é um perfeita manobra para o favorecimento das editoras brasileiras e uma politíca de charme, de suposta globalização.
“De que serve este acordo sem uma política de língua portuguesa no mundo?” – ora concordo inteiramente com o deputado João Oliveira! Some-se que ainda só foi ratificado por 3 dos 8 estados de língua Portuguesa - São Tomé e Príncipe, Brasil e Cabo Verde!
Eu não aprovo a homogeneidade, são as diferenças que nos identificam! Não quero escrever como falo, mas sim escrever em português!
Mas o que me faz rir verdadeiramente, são as afirmações de Pinto Ribeiro, actual ministro da cultura, que até muito respeito : " não há nenhuma limitação à liberdade criativa” (...) “os escritores continuarão a escrever poesia e prosa com a ortografia que entenderem”!!! I.é, as criancinhas vão ter de aprender a escrever segundo o acordo, nós comuns mortais idem aspas, mas os poetas poderão sempre adoptar a preferência ;)
AÇÃO, PROTEÇÃO, BATISMO, ADOTAR, EXCEÇÃO, COLEÇÃO, DIRETOR, EGITO, PERENTÓRIO??? TEM E TÊM ESCRITOS DA MESMA FORMA? PARA E PÁRA? HEI DE, HÃO DE??
“Quis-se um acordo imperial e intercontinental que unificasse o que é absolutamente não unificável : uma língua que já são várias!”
Nuno Pacheco
1 comentário:
"grave será dobrar a língua e a espinha a interesses estanhos. Mas isso não é coisa que se escreva, assine ou reconheça num acordo."
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